segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Com que versos eu me visto? - PIETRO COSTA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
Conheçam a In-Finita neste link

Nasceu de um parto bastante tenso
Que resultou no maxilar fraturado,
Em uma paralisia facial do lado direito
E na criação de apelidos debochados

Sua adolescência não foi nada amigável
Mas superou o fato e não ficou estagnado
No amor e na música, molejo admirável

Em conversas de botequim
Com o violão e o bandolim
Fez odes à insônia e à boemia
Em notáveis letras e melodias

A vida noturna do Rio de Janeiro
Exaltada no seu estilo mais brejeiro
O filósofo do Samba que não vacila
O inenarrável e brioso bamba da Vila
Expôs mudanças culturais e políticas

Por um mundo melhor,
ressoa o devaneio lúdico, que grita
No pormenor de cada cifra,
o desassossego perante toda tirania

Mazelas sociais, crimes, incompetência
Tudo cantado com humor e irreverência

Diante de tudo isso, amigos,
O que me cabe, afinal, é indagar:
Com que versos eu me visto,
Para este saudosismo compensar?

EM - ECOS BRASIL - COLECTÂNEA - IN-FINITA 

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