sábado, 13 de fevereiro de 2021

O que me matou ontem - CAROLINE DIAS BRANDÃO

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O que me matou ontem
Não me matará amanhã
Morro de uma coisa por vez
Mas de amor,
Morri todos os dias surpreendentemente
Em cada vez o amor me levou numa jornada
Numa busca impensada
Desenfreada
Onde eu me realizava desfazendo e refazendo
O amor me matou todos os dias em que me fez olhar
fora da janela
Me arrastou pelos cabelos
Me fez acordar numa praia deserta
Dormir olhando a luz das estrelas
Me levou com suas águas
Para cima das janelas
Acima do firmamento
E dessas vezes todas, eu morri sorrindo
Mas esse mesmo amor que arrancou minhas asas
Também me fez acordar no dia seguinte restituída
Desconfiada mas sempre disposta a ouvir o seu chamado
Até que descobri que o amor não era o que me tirava
de mim
Amor era só o que me restituía
Que me devolvia a mim mesma
Desde então as vozes que me chamam lá fora
Que falem sozinhas
Que chamem até cansar
Desde então me realizo neste amor que dá vida

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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