domingo, 14 de fevereiro de 2021

Eu estava virada - CAROLINE DIAS BRANDÃO

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Eu estava virada
Sem lenço, nem sentimento
Cansada de querer
Não quero mais alvorecer
Dia que pinga gota pequena
Dia que nasce morrendo de frio
Dia que sonha com o escuro da noite
Era lagrima e sorriso no mesmo dia
Afff, era uma patifaria
Eco em cima de eco
Estala o tapa
E eu, eu estava virada
Num pulo só levantei azeitada
Sem trava e sem medo nas ventas
Eu ventei as minhas poucas palavras
Eu soprei a pemba,
e até do sumitero terra eu achei pra jogar
Na minha casa não!
Debaixo de minha vista não
Não me importa de onde veio essa mulher
Mas na minha vista mulher não apanha
Eu estava mesmo virada
Acreditada no invisível
Pulei lá pelas forças de nossa senhora
Nenhum dia, nenhuma hora
Ahhhh, que pela força de mil orixás
De todos os santos e encantos
É NUNCA!
Nem no dia que pingar ouro do céu
Nem no dia que o chão sumir dos meus pés
É nunca, sem rima e sem poesia
Homem, tapa dado não se tira,
mas se assuma na covardia
Mulher, cuida uma da outra
Abraça tua irmã, por que unidas
Faz-se a força e cai por terra a valentia
De homem que pensa que pode machucar mulher.

EM - ECOS DO NORDESTE - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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