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Que tempo viúvo e negro,
Sobre o cetim da pele ondulada.
Que tempo viúvo e cego,
Por já não querer ver nada.
Tempo triste e tão só,
Tempo só, tão repartido.
Tempo, que agora sente um nó.
Tempo que não se fez perdido.
Cai o silêncio no corpo,
Cai o corpo sob o lenço.
Cai o tempo nesse corpo,
De um tempo que se faz extenso.
Finas rugas entrelaçadas,
Coabitam em sentires perfeitos,
Rugas tão delicadamente delineadas.
Rugas elas sem sombra de defeitos.
São dias e dias de solidão,
São dias e dias de afazeres,
São dias com a vida em união,
São dias e dias em busca de prazeres.
São dias de verbo amar,
Nos dias de verbo ser,
Há sempre os dias de verbo dar.
Todos eles são verbo envelhecer!
EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS V - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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