sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Tatuagem - GILSA DA ROCHA MAGRI

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Do meu flerte com a morte
trago cravada nas costas
adaga cravejada de brilhantes metas
dividindo minha coluna em antes e depois da dor
Minha rendição sem me curvar
reverencia o que aceita
meu olhar direto
Ereta estou aprendendo a
me virar com mais vagar
aproveitar melhor a visão em tela
demorar mais em cada paisagem
Trocar a quantidade por qualidade
é lucro
perder o salto
a dança
a pressa
trouxe a vez de olhar com tempo
O beija-flor que chegou antes
lembra o tempo todo
no mesmo tecido e lugar
a possibilidade de romper crenças
bastando o existir
Nunca soube porque veio
agora entendo a mensagem
execução de voo incansável
eficiência e beleza
no cumprir de tarefas efêmeras delicadas
Bater asas miudamente
realizar destino menor
garantir a permanência
da flor
da poesia.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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