LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA AUTORA
Tão
intenso esse ruído de memória batendo os cascos na terra ceifada.
A
terra onde se pode acumular da pedra um corpo de memória.
Corpo
dilacerado de memória, um gosto de poema na boca.
Uma
sensação fina depurada de desgaste no que se resmunga,
a
descoberta tardia de que uma topada na pedra é apenas uma topada na pedra.
Vasta
ideia de lembrança deitada na cama
-
vestido azul, sapatos pretos, brincos de prata,
a
arrumação inútil do marido, rosto sem maquiagem,
um
sopro feroz de vida nas narinas.
Nosso
tempo se foi,
murchando
em flores miúdas que me cobrem os olhos.
EM - CASA DE BONECAS PARA ELEFANTES - PATRÍCIA PORTO - EDITORA PATUÁ
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