LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELO AUTOR
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ele via na noite - nela circulava
como se fosse um arco,
daqueles tocados na rua pela riqueza sonhadora
dum menino pobre.
a noite fazia com ele o arco da melancolia.
e corria na noite - na sua noite
e na sua loucura - as lunáticas meditações
da sua sintaxe
na busca da fonte
em que persistia matar a sede da morte,
que lhe rondava perto as fraquezas da vida.
meditava...
meditava enquanto no lento leito da vida
a morte escrevia devagar o seu curso.
- o pensamento feito de profundas meditações.
riscava a dor no quadro negro da noite
em que escrevia como se fosse um arco,
como o arco dos lábios quando desassossegados
perdem o beijar.
ele via na noite a sua tardia cegueira!
na lenta passagem da noite
como um cego quando nela imagina o dia,
sonhava o voo e interrogava-se
nessa luciferina visão, se o sonho
(dum cego assim) pode ter algum sentido.
EM - O PRANTO DOS LOUCOS LÚCIDOS - ALVARO GIESTA - TEMAS ORIGINAIS
Um poema enigmático, mas não deixa de ser sensual.
ResponderEliminarA noite era sempre a autora dos seus pensamentos...