LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA AUTORA
Saibam da autora neste link
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tu
nunca hás-de entender o tamanho das noites
em
que gastei tudo o que havia
por
dentro dos meus olhos
os
rios que de ti desaguaram sempre
nas
minhas veias
eu
não sabia
ou
talvez já o tivesse esquecido
como
podem ser mortíferas as cinzas
das
palavras que um dia tiveram asas
e
ainda mais mortíferas as garras
que
nos destroem com os pequenos medos quotidianos
a
que não podemos escapar
porque
as sílabas da paixão são sempre
os
primeiros objetos a serem retirados do quarto
para
que tudo regresse à prateleira certa
e
de manhã a poeira nos visita
tranquilamente
como
um hábito
e
foi por isso que nessas noites morri muitas vezes
enquanto
as secretas palavras de adeus alastravam
pela
foz do teu desejo
e
a minha pele de despia
vagarosamente
da
tua
EM - DOIS CORPOS TOMBANDO NA ÁGUA - ALICE VIEIRA - CAMINHO
Um estado mórbido, doentio, e continuado até que o fim ponha termo a este clima de desamor lento..
ResponderEliminarApreciei o labor do poema , tão rico no conteúdo, e na forma tão genuíno.