Aprisionado o tempo no caderno
desbota de amarelo as palavras
sobre o linho, descansam os poemas
na cal da noite, se tecem
ao amanhecer, fecham-se em seus ninhos.
A pena debruçada no tempo
sobre o tecido enrugado das palavras
já não busca os sentidos
nem o sexo das manhãs, inventadas.
No branco do papel, a trava do tempo
deixa suas marcas, transparentes
num animal dolente,
pesam como patas.EM - ABRIL SITIADO - FREDERICO SPENCER - EDIÇÕES BAGAÇO
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