Entre
o cajado e o alfanje o meu pescoço
oscila
em ziguezague na incerteza:
Se
o pau esmaga e vem antes do almoço,
a
espada chegará na sobremesa.
Mas
ninguém há de ver que sou medroso,
meu
sangue azul escorre sobre a mesa
da
festa nupcial,em um treloso
desejo
de soltar-se de mão presa
numa
outra mão que fecha e que se agarra,
lugubremente
prende e que se amarra
a
um castiçal tão cego como o coice,
que
a mula branca deu no meu fantasma,
agonizando
num acesso de asma,
metamorfoseado numa
foice.EM - LIVRO DOS SONETOS, DOS PRIMEIROS AOS PENÚLTIMOS - JOSÉ LUIZ MELO - NOVO ESTILO EDIÇÕES DE AUTOR
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