segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Manhã - CLÁUDIO PORTELLA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELO AUTOR
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A Tereza Medina

Eu e ela tomando café com rosquinhas.
Ela me ensinando a fechar as narinas e os ouvidos
e a erguer a cabeça para a lâmina do chuveiro
nas manhãs quentes.
Sinto-me feliz por não haver podridão em mim.
Pelo vazio.
Hoje, uma manhã quente e distante,
ela me parece uma desconhecida.
Por trás de seus óculos,
seus olhos.
Olhos cor de não sei o quê.
Punhal no coração.
A ida lúdica.
A procura da procura da minha figura.
Minha cara metade.
Parte minha que vejo quebrando.
Transformando-se em milhões
de pequeninas peças
que,quando você consegue montar,
vê: homem e mulher de mãos dadas,
caminhando no parque.

EM - PARAPHOESIA - CLÁUDIO PORTELLA - EDIÇÕES CP

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