Aqui, onde arquejando estou curvado
À lei, pesada lei, que me agrilhoa,
De lúgubres ideias se povoa
Meu triste pensamento horrorizado:
Aqui não brama o Noto anuviado,
O Zéfiro macio aqui não voa,
Nem zune insecto alígero, nem soa
Ave de canto alegre, ou agourado;
Expeliu-me de si a humanidade,
Tu, astro benfeitor da redondeza
Não despendes comigo a claridade:
Só me cercam fantasmas da tristeza:
Que silêncio! Que horror! Que escuridade!
Parece muda, ou morta a natureza.
EM - ANTOLOGIA POÉTICA - BOCAGE - VERBO CLÁSSICOS
Sem comentários:
Enviar um comentário