Acordei morto e nada tinha mudado
Fazia-se a guerra a meus pés
Ninguém sabia quem me tinha matado
Ainda perguntei se não seria o caso
De ser eu mais um soldado desconhecido
Na árvore do destino um fruto do acaso
Mas ninguém me respondeu
Nem o homem que penso que sou
Nem aquele que em mim morreu
Por isso cultivo palavras como punhais
E trago o léxico todo esventrado
De histórias que me são letais
Morto vivo noutro alojado em mim
Amanhã não acordarei, já decidi
E um eu verdadeiro nascerá por fim
EM - OS POEMAS NÃO SE SERVEM FRIOS - JOSÉ ILÍDIO TORRES - TEMAS ORIGINAIS
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