O vento uiva alto, enfurecido,
Dançando na borrasca gigantesca,
Agitam-se no céu, enegrecido,
Tormentos duma noite que é dantesca.
A chuva, grossa e fria, em catadupas,
Que jorra sem parar, das nuvens negras,
Alaga, quer os homens, quer chalupas,
Que o mar, enraivecido, atira às pedras.
Os raios, ziguezagues a luzir,
Projectam-se do céu, vindo cair
No alto dos coqueiros, desgrenhados;
E cada voz murmura uma oração,
Pedindo à Santa Virgem protecção
P'ra aqueles pobres homens naufragados.
EM - ROMEIROS DOS OCEANOS - VÍTOR CINTRA - LUA DE MARFIM
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