Alguma coisa em algum lugar
de o que existe e de o que não existe
é isto que escreve e a ciência de isto
a pura voz sem sujeito e o fora de ela.
Esta mão é um acontecimento improbabilíssimo
que o infinito e a eternidade atravessam,
alguma coisa fala de si própria através de ela.
De que pode ela falar senão de tudo?
O que está dentro e o que está fora
e vê e é visto de toda a parte
é o mesmo e o outro
e tudo isto é sabido em mim.
EM - POESIA REUNIDA - MANUEL ANTÓNIO PINA - ASSÍRIO & ALVIM
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