Eu já morri amiga eu já morri
nas margens do meu tejo de amargura.
De tudo o que foi vivo e que eu vivi
ficou feita de sal esta lonjura.
Ó mãe! Raiz da força que eu quisera.
Minha tão breve mãe. Ó meu abraço!
Onde é que eu amanheço? Ah quem pudera
fazer comigo o que eu apenas faço.
Ai minha mãe de frios e basaltos.
Esta hora é de dor. De sobressaltos.
Vem cantar-me baixinho outra cantiga.
Vem dizer que é mentira. Que estou vivo.
Que não adormeci. Nem sou cativo.
Vem parir-me de novo querida amiga!
EM - 125 POEMAS - JOAQUIM PESSOA - LITEXA
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