sexta-feira, 3 de abril de 2015

Soneto do meu orgulho - DOMINGOS MONTEIRO

Na ânsia do mais longe eu vivo absorto...
Subir, subir, subir, oh, quem me dera
Ir ver a noiva que há já tanto espera,
Entre as estrelas, perfumado horto.

Ó meu desejo, ó mar que não tens porto...
Cavaleiro fogoso da quimera,
Uma vez lá chegado adormecera:
Adormecia ou me ficava morto...

Porque nasci eu homem, se em mim sinto...
Se em mim... Se em mim, insaciado, erra
O desejo de ser mais do que sou?

Ó dor de me achar preso ao próprio instinto!
Ter um corpo que alguém prendeu à terra,
E uma alma que Deus em si tomou.

EM - POESIA - DOMINGOS MONTEIRO - INCM

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