Fogo dos altos, solitários sóis,
Que tudo ao teu contacto transfiguras,
Por ti ardem os génios e os heróis,
Crepita a noite eterna em chamas puras;
Lepra do inferno, no que dás corróis;
Raio, fulminas quanto mais fulguras,
Tanto mais brilhas, quanto mais destróis;
Lavras, tudo devoras... mas perduras!
Valmiki, Homero, Byron ou Camões!...
Desse holocausto, onde se perde o fumo?!
Que sopro ateia os fúlgidos clarões?!
Fogo, que animas sempre a chama clara,
Envolve-me também no ardente rumo,
Devora-me, que eu subo à pedra d'ara!
EM - POESIA - JAIME CORTESÃO - INCM
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