Estou em ti presa,
Não sei se em arame, em cordel,
Agarrada aos teus escassos gestos
Escrevo uma carta ao futuro
Calco todas as palavras já ditas
Eu, eu claustro fotografado
Tu, uma parede sem cor
Vagueio nas minhas formas angelicais
Gostei tanto de ti, naquele dia
E os dias são um elenco que esgota
Na tua hiperbolizante memória
Nos teus olhos de vidros quebrados
Está o meu astro poluído, a minha cegueira
Preciso de oxigénio, o mesmo que dei
Fico num poço sem ar, sem água, sem escada
Longe de ti!
EM - UNIVERSO DAS PALAVRAS - COLECTÂNEA - SINAPIS
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