Faria deste céu a minha casa
e do rio a imagem fixa eterna
Mas não possuo outras palavras
só vocábulos pobres
ardem na boca fértil mas opaca
O homem perde a pouco e pouco
o estranho sonho da linguagem
O anjo insano traz-lhe os sons da fala
Ao escrever fixa a imagem da casa
na folha em branco sabem agora
a impossibilidade de a habitar de novo
Não torna a inocente palavra a ser tocada
EM - DEPOIS DE DEZEMBRO - ANTÓNIO CARLOS CORTEZ - EDITORA LICORNE
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