abro de noite a noite das mucosas
e o mundo se estonteia e sonambula
acetinadamente e toco as rosas
de sombra e fogo intenso e se estrangula
a vida com a morte e são porosas
as nossas línguas entre o mel e a gula
e as secreções são doces e viscosas
e o tempo tem um tempo em que se anula
e o espaço ora é maior, ora é menor,
e tem-se uma outra vez o que se tinha
e é sempre novo o que se tem de cor
e fica-se prostrado e o suor
dos membros sacudidos camarinha
e ao nó de corpo e alma se avizinha
EM - POESIA 2001/2005 - VASCO GRAÇA MOURA - QUETZAL
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