domingo, 9 de junho de 2013

Conselho - MIGUEL TORGA

Renuncia, poeta!
Renuncia!
Sou eu, também poeta, que to digo.
Nenhum verso se deixa encarcerar.
Prender água nas mãos é um jogo antigo,
Que aumenta a sede, em vez de a mitigar.

Temos
O que perdemos
Dia a dia.
O sol da poesia
É lua, em nós.
Sai-nos do peito um canto comovido,
E ouvimos, como um eco arrefecido,
O som da própria voz.

EM - POESIA COMPLETA VOL. II - MIGUEL TORGA - DOM QUIXOTE

2 comentários:

  1. Conselho de poeta... e que poeta!!!

    Fã das tuas leituras, Manu!

    Bravo

    Beijos gaúchos

    ResponderEliminar
  2. Conselho: estou perante um poema que aponta para certa renúncia ,da autoria de Miguel Torga. "Quem soube ter, sabe renunciar...
    Há laudas de silêncios em todos nós."
    Não conheço o Poema que me foi lançado, muito belo.
    Sempre um Alto Poeta! grata

    ResponderEliminar