Na desesperação já repousava
o peito longamente magoado,
e, com seu dano eterno concertado,
já não temia, já não desejava;
Quando ua sombra vã me assegurava
que algum bem me podia estar guardado
em tão fermosa imagem, que o treslado
n'alma ficou, que nela se enlevava.
Que crédito que dá tão facilmente
o coração àquilo que deseja,
quando lhe esquece o fero seu destino!
Oh! deixem-me enganar, que eu sou contente;
que, posto que maior meu dano seja,
fica-me a glória já do que imagino.
EM - POESIA LÍRICA - LUIS VAZ DE CAMÕES - VERBO
* escolhi o 1º verso como titulo por questões logísticas
** o poema tem a grafia que aparece no livro
Camões, neste soneto transmite um estado de sentimento sofredor, meio resignado com o revés constante da sua vida "não cumprida".
ResponderEliminarUm desconserto descontente- contente:::
Contenta-se com a imaginação...
Não é exclusivo, abrange muita gente, está sempre actual este estado de alma.
GRATA.