Um violino quebrado neste canto,
uma lua ferida na janela,
quatro cravos vermelhos e uma estrela.
Isto é tudo o que tenho, por enquanto.
Na minha sala um barco de amaranto,
entre ecos de mercúrio e de canela;
uma espada de vento em cada vela,
uma esteira de sombra, um nó de espanto.
Três espelhos de neve por meu rosto,
três pássaros sem peito e sem pegada,
um calendário triste e descomposto;
apenas o silêncio da almofada.
Isto é tudo o que resta desse agosto:
teus olhos de ar e musgo. A minha nada.
EM - SOBRE OS FADOS - JESÚS RECIO BLANCO - LUA DE MARFIM
Apreciei a criatividade que dera lugar a este poema. Numa 1ª abordagem pensei poder tratar-se de versos soltos, após um cataclismo ter destruido um punhado de estrofes...
ResponderEliminarPensei,porém neste momento, poder integrá-lo num quadro de Picasso, na fase respectiva; queria eu ser artista...
Está no meu blog,até se enquadra no meu ultimo texto. Agradeço.