terça-feira, 17 de julho de 2012

Filinto Elísio - MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE


Zoilos, estremecei, rugi, mordei-vos:
Filinto, o grão cantor, prezou meus versos.
Sobre a margem feliz do rio ovante,
Donde, arrancando omnipotência aos Fados,
Universal terror vibrando em raios,
Impôs tropel de heróis silêncio ao globo,
O imortal corifeu dos cisnes lusos
Na voz da lira eterna alçou meu nome.
Adejai, versos meus, ao Sena ufano
De altos, fastosos, marciais portentos:
E ganhando amplo voo após Filinto,
Pousai na eternidade em torno a Jove.
Eis os tempos, a inveja, a morte, o Letes
Da mente, que os temeu, desaparecem:
Fadou-me o grão Filinto um vate, um númen;
Zoilos! Tremei! - Posteridade! És minha.

EM - ANTOLOGIA POÉTICA - BOCAGE - VERBO

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