sexta-feira, 11 de maio de 2012

Luar de vida - MARIA JOÃO DE CARVALHO MARTINS


No mais recôndito lugar da alma
adormece a noite, tão cansada
de ventos soprados à toa
na proa de um corpo que é vaga.

Vaga de um rio ou de um mar
nascente solitária e errante
que a lua desnuda, brilhante
amando-a assim, devagar.

Esculpido o sonho sereno
em seixos e beijos e margens,
inventa a noite, as viagens
na íris parda, momento
em que o olhar e o sofrimento,
transformam a vida em luar.

EM - DO OUTRO LADO DO ESPELHO - MARIA JOÃO DE CARVALHO MARTINS - LUA DE MARFIM

1 comentário:

  1. É lindíssimo este poema onde o autor mexe e mistura o sonho com elementos extraídos da natureza e o jogo é um cântico perfeito. Só me faz tristeza que esse estado sentido se não desfaça, para ser feliz, mantendo o amor que tem pela natureza fluvial. Dê volta à vida.

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