terça-feira, 1 de maio de 2012

Brados literários - FERNANDO SAIOTE


Fiadas de letras jogadas no acaso
Carregadas de néons brilhantes,
Distorcidas pela vozearia da turba,
Soltam-se como verbos dissonantes
Parcos dejectos rabiscados a prazo.

Escribas autófagos ditos poetas
Rimam a vida com a própria vida,
Rolham o mundo com verborreia,
Tomam a razão na forma estúpida
De matar o verso com canetas.

Limita-se o passo das palavras,
Horizonte de cegos olhares vendados
Na idosa ditadura da crítica
Que brota dos olhos queimados
Dos tantos livros que lavras.

EM - PRISÃO DE SENTIDOS - FERNANDO SAIOTE - LUA DE MARFIM

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