domingo, 23 de outubro de 2011

36 - JAIME ROCHA

Antes que o homem seja exposto
num átrio de terra barrenta, o anjo
beija-o como se a sua língua atravessasse
o espelho num vaivém mortífero. Quando
esse homem constrói o mundo, as suas mãos
ferem-se-lhe num tanque de cal. A sua alma
pertence a um subterrâneo.

EM - DO EXTERMÍNIO - JAIME ROCHA - RELÓGIO D'ÁGUA

Sem comentários:

Enviar um comentário