terça-feira, 2 de agosto de 2011

Cidade de água - NATÉRCIA FREIRE

O sol e o mar recolhem-se na infância
De áridas terras e de casas frias.
São um ser que já foi, nessa distância,
De estar no Tempo em praias de outros dias.

Por dentro, é a penumbra do casulo,
Cerrado à luz na expectativa informe.
Se vou nascer - a vida não regulo;
Se vou morrer - a morte ainda não dorme.

Tinha histórias de espectros para contar,
Labirintos de seda para correr.
Tudo foi o inverno do luar,
Numa cidade de água a amanhecer...

EM - ANTOLOGIA POÉTICA - NATÉRCIA FREIRE - ASSÍRIO & ALVIM

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