sexta-feira, 1 de julho de 2011

Velas I - DOMINGOS MONTEIRO

Velas brancas, tão brancas que parecem
Todas feitas d'alvíssimo luar;
Tais frémitos de sol que esmorecessem
Na mansidão da luz crepuscular.

Desejos alongados amanhecem
No vento que vos leva sobre o mar;
Almas de sonho e almas que padecem
Num lento, doloroso agonizar.

Asa num voo aberta; como é lindo,
Por sobre as vagas que se vão florindo
Como flocos de neve, uma por uma,

Sentir poisar o vosso dorso d'ave,
Num cântico de luz triste e suave,
Numa alvorada d'hálitos de espuma.

EM - POESIA - DOMINGOS MONTEIRO - INCM

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