sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Poeta - MIGUEL BEIRÃO


O poeta não morre,
Pois o sangue que em suas veias corre
São palavras de revolta e amor,
Que ficam imortalizadas,
Nas paredes de vidro tatuadas,
Sobre cada dia que passa em seu esplendor!

O poeta sofre, cria, e desenha,
Decifra, oferece, racha lenha,
Mata a sede na água da chuva,
Imortaliza, junta palavras,
Que vivem, mesmo afogadas,
Em lagos fundos de água turva!

Ele sangra, ele dá a cara,
Ele veste, adoece e sara,
Morre tanta vez de abandono,
Na escrita é compulsivo
E tem sempre um motivo,
Para oferecer, em vez de ser dono!

in... Balada da Liberdade-sonho por sonho - MIGUEL BEIRÃO - Ed. Autor

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