segunda-feira, 28 de junho de 2010
Lisboa - SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN
Digo:
«Lisboa»
Quando atravesso - vinda do sul - o rio
E a cidade a que chego abre-se como se do seu nome nascesse
Abre-se e ergue-se em sua extensão nocturna
Em seu longo luzir de azul e rio
Em seu corpo amontoado de colinas -
Vejo-a melhor porque a digo
Tudo se mostra melhor porque digo
Tudo mostra melhor o seu estar e a sua carência
Porque digo
Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meadros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruemente construída ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade
- Digo para ver
in... Navegações - SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN - Caminho
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Eu deixo aroma até nos meus espinhos,
ResponderEliminarao longe, o vento vai falando de mim.
Cecília Meireles
Amor & Paz & Poesias na sua semana!
Beijos na alma.....M@ria