Vejo-te, doce mulher,
Toda em penumbra envolvida,
Como figura esbatida
Duma tela de Carrière.
O teu lábio não profere
Um ai, um sopro de vida:
De calada e recolhida,
Quase nem sorris sequer.
Só esse olhar infinito,
Posto em mim sempre de fito,
Na grande sombra reluz;
Assim a estrela da tarde,
Lágrima quieta, não arde,
Mas enche o espaço de luz.
in... Poesia - JAIME CORTESÃO - INCM
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