quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Corpo de mar(é) - AUSENDA HILÁRIO




Deixem-me amar o mar
Comer as algas, expurgar a lama
Deixem que o mar me ame
E me aclame sobrevivente

Deixem que a pele se queime
Na lonjura do sol e da saudade
Renascendo asa de coral
E o meu abrigo

Deixem que a boca cuspa
Lodos de preconceito
E que o meu leito
Seja terra espargida de causa

Deixem que as mãos naufraguem
No rosto de luz das marés
Abram de espuma as estrelas
E deixem chorar o mar

Deixem que nada ou as ondas
S alastrem no meu peito
E que o meu corpo...
Seja sempre esse mar salgado!

in... Entre o sono e o sonho - antologia de poesia contemporânea vol.II - Chiado editora

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6 comentários:

  1. É uma poetisa enorme. Os seus versos são magia. A sua voz é de moura encantada que sempre me encanta ao ouvi-la. Costuma aparecer sobre as dunas quando as traineiras se fazem ao mar no sol poente. Como já devem ter reparado pelo voar das gaivotas e pelas singelas palavras que aqui deixo... gosto muito da sua poesia. Abraço.

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  2. A vossa ternura é infinita assim como infinda é a minha gratidão!

    Beijos

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  3. Que lindo poema...
    Adoro o mar, eu venho do mar! Nasci à beira mar!
    Que grande poetisa!


    beijos

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  4. Obrigada pela partilha. Não conhecia.
    Beijos.

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  5. Que força de mar...
    Lindissimo o seu poema...
    Que saudades, do mar...
    Bjs dos Alpes...

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  6. Este tenho eu comigo, leio-o muitas vezes,
    pena tenho de não te ter cnhecido neste dia tão especial, primeiro passo no convívio de
    poesia, mas não perdi a esperança hei-de encontrar-te um dia para te dar um abraço.

    Da poesia sabes o que penso, fico rendida à belaza das tuas palavras e te acho sempre a maior.
    beijinhos, obrigada pela tua amizade
    natalia

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