LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
a mata pulsa em mim
pula de galho em galho
percorrendo veias ancestrais
os pássaros bicam as folhas em branco de minha memória
quebram as vidraças dos sentimentos
que escorrem dos porres e lombras
de algo que sangra nos encontros inusitados da madrugada
e tantas partilhas embriagadas de histórias
a mata vibra em mim
em cada fio dos cabelos brancos
amaciados pelas mãos de minhas netas
molhadas de gotas
que vertem sobre nós
lava o que entope as artérias
de culpa saudade e dor
e tudo se consagra nas águas de Nanã
EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLETÂNEA - IN-FINITA