sábado, 9 de novembro de 2024

Todos sabiam... - Graça Pires

Todos sabiam de cor uma canção.
Todos tinham um poema na memória,
ou lembravam uma prece antiga.
Todos tinham no peito um rio
sem margens a alagar o sonho.
Em cada esquina um amigo, cantara o Zeca.
Verdade irrefutável, premonição,
senha indicada à boca da vertigem,
um ímpeto no espanto há muito pressentido.

EM - ERA MADRUGADA EM LISBOA - GRAÇA PIRES - POÉTICA EDIÇÕES

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