LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
Não esperes de mim hipérboles, metáforas ou alegorias.
A minha gramática é crua como a carcaça exposta
aos elementos depois de saciar as hienas.
A minha escrita resulta dos oximoros da vida, segue os
disfemismos que tu desdéns.
Não esperes de mim um manancial de palavras largas,
inusitadas ou redondas.
O meu vocabulário é limitado e disponho de poucas
tentativas para acomodar os meus pensamentos.
A minha escrita resulta de combinações toscas de palavras
simples sobre o sofrimento humano.
Não esperes de mim sinónimos eloquentes, analogias
preciosas que te levem a sonhar com o que não podes ter.
Os meus textos são folhas secas, fumo negro, espelhos da
realidade que te faz sofrer.
A minha escrita resulta da expansão melancólica das
minhas meditações sobre o impermanente e o inefável.
Não esperes de mim que espere muito de tudo.
A minha escrita é a propósito de nada… resulta sabe-se lá do quê…
EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VIII - COLECTÂNEA - IN-FINITA
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