segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

INFERNO - Ana Acto + João Dordio

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
Conheçam a In-Finita neste link

Quantas almas carrego nesta vida
Ou quantas vidas trarei em minha alma…
Arrasto meus passos, como se os arrastando pudesse prolongar
meu destino.
Os corvos grasnam arrogantes, inquietos, à minha indiferença
Enquanto deambulo pelo chão enlameado rumo ao inferno.
Curioso, sempre pensei que fosse quente
Mas o sinto gélido, frio, como o mais duro inverno

Divaguei entre sombras perdida nesse umbral
Mas fui resgatada em réstia de vida
“Doeste-me” e ainda me “dóis” um Inferno...
Foste asas num céu aberto
Agora, junto ao peito, as recolho
Depenadas das saudades, dos braços do teu voo...

Quantos corpos carrego nesta alma
Ou quantas vidas abraçarei ainda para me devolver…
Todas as estradas são paragens, todas as casas são desertos!
Os gritos das pessoas são o exemplo da distância que tenho delas!
Pessoas infernais! Infernos debruçados para mentes insensíveis!
Provavelmente a frieza deste mundo acabou por esfriar o inferno…
Nem ele sobreviveu aos muros erguidos para com o meu sofrer…

Hoje recolhi uma das minhas asas porque neste inferno perdi a tua…
Tu próprio eras uma das minhas asas, mas nunca percebeste…
A minha revolta repousa na solidão, o meu grito… no poema
infernal!

EM - DUELOS POÈTICOS - COLECTÂNEA JOÃO DORDIO - IN-FINITA

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