LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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O mar estava calmo…, a praia deserta.
No céu, azul cheio de luz, uma nuvem ao longe.
A pouca distância, um casal de namorados passeava
junto à água.
Mais à frente, um jovem brincava com o seu cão,
atirando-lhe uma bola que este, lesto, se apressava
a trazer-lhe e o movimento repetia-se.
Ao fundo, avistava-se o penhasco do Cabo Espichel
envolto numa pequena neblina.
Eu, sentado na areia, ia conjugando umas palavras
na folha branca, tentando que elas fizessem algum sentido.
De repente reparei que no mar, ao longe, uma barcaça
regressava do mar alto, e a avaliar pelo bando de gaivotas
que a acompanhavam, esta devia trazer algum peixe
nas suas redes.
Esperei que chegasse e puxassem as redes e então vi
aqueles homens com as caras e as mãos cheias de peles
secas e gretadas pelo sol, o sal e a dureza do mar.
Vi aqueles olhos que já não tinham o brilho de outrora,
perdido junto com a fé e a esperança de uma vida menos cruel.
Vi homens que faziam do mar a sua vida, empurrados
por uma força que nunca vemos, mas que não nos deixa
avançar para uma vida melhor.
Homens que faziam da sua sina a sua “sorte”.
Foi então que percebi como é difícil lutarmos para sobreviver.
EM - APENAS PALAVRAS E OUTROS CANTOS - ANTÓNIO SOARES FERREIRA - IN-FINITA
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