quinta-feira, 14 de julho de 2022

Horas - GRAZIELA BARDUCO

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Das horas, só conto a passagem
Mas logo eu já adormeço
E nem mesmo assim eu esqueço
Pois sonho com a tal mensagem
Meu peito carrega esta imagem
Lembrei da sua forma de escrita
E em cada palavra que é dita
Degusto seu modo de ser
E quase sem lhe conhecer
Me sinto em seu texto envolvida.

Eu guardo um carinho comigo
Você não consegue entender
E quando tentei lhe dizer
Buscar em você um amigo
Senti que perdi meu abrigo
Você não ouviu minha essência
Despiu-me de minha decência
Julgou-me e foi quase rude
E aquela que foi sua atitude
Quebrou-me com toda a potência.

Chorei com a palavra ousada
Brigando com meu romantismo
Senti em você um cinismo
Minh'alma ficou destroçada
Fiquei assim envergonhada
Pois tinha algo em mim inocente
Buscando por alguém decente
Com quem pudesse conversar
E assim quis me aproximar
Mas logo senti-me descrente.

Torci pra você entender
Quão puro era tal sentimento
E mesmo estando em tormento
Tentei outra vez renascer
Em ti tentei permanecer
Querendo ter sua amizade
Erguida por afinidade
Na escrita, na vida, na cena
E assim minha mão lhe acena
Pois sei que eu talvez não lhe agrade.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLECTÂNEA - IN-FINITA

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