LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
A cidade sonolenta desperta ao sol,
deste agosto ventoso,
sem riso, sem lírio e sem girassol.
O domingo inicia seu curso, esguichando-se
no longo percurso.
Enquanto o sol penetra vidros refletivos
de suntuosos edifícios,
sombras de alamedas abraçam o velho solitário
que desolado segue, com seu andar devagar.
Calçadas ainda encenam retratos da noite:
vidas sem vida –
vultos colados, calados –
abrigados em pacotes de jornal
Um mar revolto, adorna e castiga o litoral –
ondas se contorcem e como aço golpeiam
a paisagem complexa da urb tropical.
Onde ser gente, bicho, lixo,
é ínfimo, invisível, simplesmente, b a n a l.
EM - ROTAS POÉTICAS - LIÈGE DE MELO - IN-FINITA
Sem comentários:
Enviar um comentário