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Pensar em
você me remete às minhas filhas, pois, quando mais precisei, você as manteve
seguras. Desculpe-me se nunca te agradeci o poder que me ajudaste a
experimentar: o de gerar uma vida. Foram tempos truculentos. E quando eu as
ninava em minha barriga para lhes transmitir um pouco de calma, confesso que
não dialoguei com você como o bom abrigo que você foi. E ainda assim, diante do
meu choro e da minha solidão taquicárdica, você silenciosamente cumpria sua
função mais nobre sem nunca me ameaçar. Talvez por isto queiras partir...
Eu devia
ter ao menos agradecido a Deus por te ter. Em vez disso, te imputei uma parte
da culpa que eu sentia, por sua vitalidade.
Hoje,
nossa relação é de dor e sangria.
E agora,
essas "presenças" não bem-vindas... Nunca saberemos se são fruto de
meus pensamentos e sentimentos que eu não consegui cuidar. Assim, sorrateiras,
elas te atingiram. Então, nossa relação chegou ao seu limite.
Porém,
gratidão é o que devemos emanar nesta ruptura. Você se sacrificará, para me
deixar viver melhor e eu buscarei manter em mim, o melhor de você nos meus
gritos de mãe-loba. Você será a fonte geradora, inspiradora e transformadora
que me moveu e me moverá para sempre!
Adeus,
meu querido útero.
EM - ECOS DO NORDESTE - ANTOLOGIA - IN-FINITA
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