A rapariga encostara-se ao umbral escalavrado. Agarrava ostensivamente um dos ferros do toldo. Sorria-me. A Torre dos Clérigos? Onde está a Torre dos Clérigos, que ainda ontem estava lá em cima? A rua enchia-se de personagens: vozes, idiomas, vestimentas. A rapariga continuou a sorrir e disse-me não foi ontem, foi a semana passada. Ele misturou as noites, confundiu as ruas, respondes-lhe. A rapariga afaga-me o ombro e volta para as outras mesas. Tu insistes que confundo sempre os caminhos - ah, mas este não! Este é o corolário do breu, órbita desenfreada com a tua paz lá dentro, a tua voz sussurrada, a nitidez do teu corpo com vastas clareiras de branco ao de leve tatuadas.
EM - NEGRO MARFIM - VICTOR OLIVEIRA MATEUS - LABIRINTO
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