A ilha torna-se ainda mais clara aos olhos do
homem. Aquilo que parecia um círculo de pedra
em torno dos ciprestes é agora uma plataforma
de relva estendida na água como se se tivesse
transformado subitamente num pequeno navio
petrificado, como se o castigo de um deus tivesse
caído sobre ela e a devolvesse a um espaço parado.
Apenas os corvos e as garças mostram, com os
bicos, restos de bois que velhos marinheiros ali
tinham devorado, escondidos do sol e da tempestade.
Ao contornar os rochedos, ele descobre os vestígios
de uma muralha, uma linha de terra dura, de ferrugem
e de toros com enormes pregos espetados e cruzadas
entre si.
EM - LACRIMATÓRIA - JAIME ROCHA - RELÓGIO D'ÁGUA
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