segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Enterro - MÁRIO SAA


E num gesto suave de quem se extingue
Perdia na distância o lis da cinta,
Esta linda filhinha, alma distinta,
Esprito que na ausência se distingue.

Na ausência lhe nasceu uma rosa brava
E o orvalho da saudade, água tão pingue
Que escorria, fluía e soterrava
Tudo o que em branda água mal se extingue.

Acenos de despedida, árvores dos montes,
Turbantes ao luar e mulheres nas fontes
Deslumbravam a noite em rudos ais.

Num antigo pendão, solene e triste,
Meu velho coração, porque partiste
Num antigo pendão, para nunca mais?!

in... Poesia e alguma prosa - MÁRIO SAA - INCM

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