sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Promessa - Gilberto Lúcio

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Só posso prometer o sal de cada beijo
Das mãos em oferenda um doce toque
Na voz a te alcançar a minha prece
De flores e de rendas sobre o leito

Só posso prometer doar cada segredo
E dar de minha alma cada chave
Do riso ou no pranto que enternece
Fazer de cada adeus um até logo

Sedento de doçura, tomado pela febre
Colhida em palavras e momentos
Promessas de uma história que nos leve

Aos dias mais azuis, e nos minutos brancos
Mantenha a minha fé como uma pele
A incandescer as noites de teus sonhos

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Fui ver o mar...!! - Clara Borges Marques

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As ondas me ensinaram a caminhar ,como a minha alma me consola.
No silêncio e o cheiro da maresia, sinto todo o meu percurso.
Das escadas que fui subindo e descendo,
Trago letras que se unem, em palavras de perfeito cheiro a mar!
O meu corpo alimenta..se, da segurança que eu encontro, nos
meus sentimentos.
Sentimentos sublimes,
Coragem,
Resiliência,
Carinho,
Compreensão,
Humildade,
Encanto,
Liberdade,
Aceitar, o que não podemos mudar.
Amar a vida,
Entregar e espalhar poesia nos corações desprotegidos!
Sou Mulher, Mãe e Avó feliz!!
Gosto muito de mim.
Procurei e procuro sempre atingir os meus sonhos,
Sendo sempre humilde

Desistir Nunca

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLETÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Degustação - Desafinador de Palavras

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Esta noite quente, clareada pelo luar de desejos
Fiz de ti o meu manjar dos deuses
Espalhei pelo teu corpo todos os toques e beijos
Que só de nós saem às vezes…
Degustei o teu corpo, subi pela tua vida
Perdemo-nos na degustação de pratos exóticos, e…
Para não acabarmos, fizemos viagens longas só de ida
Segredando ao ouvido comentários impróprios.
Parando a meio de cada viagem dos nossos sexos
Iguarias que não paravam de chegar à nossa mesa de lençóis brancos
Trazidos pelo desejo esfomeado da nossa carne
Fizemos travessuras como saltimbancos,
Num cardápio com o titulo kamasutra
Ânsias por nós apenas sonhadas em segredos íntimos
Beijei o teu sexo em pensamento
Mandei a minha alma para um tempo longínquo.
Beijo a tua vida e parto de mim para outro lugar
Não porque não te deseje, ou não te queira amar
Mas porque do meu coração tenho medo…
Ele não sabe desapegar e pode ficar preso em ti
Apenas por, em segredo…, te amar…

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

Desaforados - Clara Boavista

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Desaforados e desaparecidos,
Fogem famintos, minguando,
E vão pela vida quase perdidos,
Fingindo ser desentendidos.

Com prantos nunca esquecidos,
Partem como névoa perecida,
Caminhando ao som de toc, toc…
Com gigantes passos de galope!

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLETÂNEA - IN-FINITA

Ecos Lógicos V - Joaquim Paulo Silva

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O equilíbrio
não é matéria mineral
mas a rocha sistémica
do ser vivo
ancestral.

EM - DIÁRIO DAS LEMBRANÇAS PERDIDAS - JOAQUIM PAULO SILVA- IN-FINITA

Fado Marujo (Marujo português) Fernando Silva

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Quando te abraça, o marujo português
Deixa sempre uma chalaça, para repetir outra vez
Vai à janela, atira beijos para ela
Essa tão linda donzela, com sotaque português

Desceu da Graça e passou Alfama inteira
A sorrir para quem passa foi ao Cacau da Ribeira
As pataniscas com o arroz de feijão
Salada batatas fritas e a sardinha no pão

Quando te abraça, toda a gente comenta
Faz de longe uma chalaça, lembra os anos sessenta
Vai de mansinho pelas escadas da vida
Atira sempre um beijinho sem reparar na subida

Quando te abraça o Marujo português
Leva com ele toda a graça sempre atento às marés
De olhar gingão no convés ou na proa
O Marujo brincalhão parece outra pessoa

EM - O FADO MORA AQUI - FERNANDO SILVA - IN-FINITA

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Sem pensamento (excerto) - Fernanda Malheiro

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Pensar é difícil
Talvez por isso as pessoas “comem”
opiniões suas e de outras.
um exercício existencial
cognitivo
comportamental
psico-lógico
na estética do objeto.
disfrute da essência percebida,
gestaltismo
pelo toque, palpável
pelo sentimento, sentida
e deseje…
e imagine…
e abrace
uma “a cadeira”,
genealogia fantástica,
cenário lúdico
matiné de liberdade
o amor de perdição
pela ideia de cadeira
separada da mesa
no vazio do lugar
ausente de palavras.
...

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

A voz que não se cala - Christiane Andréa

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Na terra onde o silêncio vale ouro,
onde o medo tenta calar,
ergueu-se uma menina que guarda um tesouro,
que ousou, com lápis e caderno, lutar.
Seu nome ecoou no Nobel,
nos vales, nas casas, no mundo,
a pequena, com cadernos na mão,
que sonhava por um segundo,
trazer a libertação.
Ameaças foram seu castigo,
na luta por seus direitos,
por querer o simples saber,
mas os homens que tentaram calá-la
fizeram sua voz renascer.
De um pedacinho no Paquistão,
a todos do mundo inteiro,
ela mostrou que a educação
é dos caminhos o mais verdadeiro.
Não há tirania que possa conter
o desejo de uma menina em dor;
Malala, com sua coragem infinita,
plantou nas meninas um novo esplendor.
Com sua força em punho, pequena grande mulher,
gritou, transformou sua luta em resiliência.
Marias, Claras, Antonias e tantas outras meninas,
neste Brasil afora, viva com consciência.
Quantas foram impedidas de estudar, falar e votar?
Mulheres, menina, guria, miúda,
não tivemos ao longo da vida oportunidades;
não tenha dúvidas, que não foi por falta de possibilidades.
E hoje, quando falo de esperança,
sinto no peito fervor
de um futuro que vamos alcançar.
Lembro-me da menina que, com cadernos e palavras,
decidiu o nosso mundo mudar!

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLETÂNEA - IN-FINITA

Se górgonas - Frassino Machado

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“Para José Félix”

Se górgonas houver de haver
Nas sendas da arte Poética
Que nenhuma delas possa ter
No poeta a sua sinalética.
Esteno, Euríale e Medusa
Jamais poderão impedir
Que o estro do poeta reduza
A emergência do seu florir.

Se górgonas houver de haver
No seu indómito caminhar
Que as palavras ao acontecer
Sejam o sangue do seu poetar.
Esteno não pode oprimir,
Nem Euríale se ausentar,
E se Medusa, em seu agir,
Não fizer a alma petrificar…

O poeta, em sua linha, singrará
Na palavra, no verso e no poema
E a sábia Poesia sorrirá
Destroçando a serpe e o dilema!

EM - CORAÇÕES ANSIOSOS - FRASSINO MACHADO - IN-FINITA

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Mar prodigioso - Fátima Santos

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O azul do atlântico nos transportou
em naus que a mão de Deus abençoou

Aportados em Terra de Vera Cruz
povoada por aves de mil cores
índios livres com os seus amores
coqueiros e palmeiras elegantes
no azul do céu tateando verdejantes
compondo a bela tela da natureza
ornada pelo livre sabiá com singeleza

Éden natural para me revigorar
Brasil do antigo sonho de Portugal
eu te sinto como terra natal
minha pátria na língua e cultura
teu sal e sol para alma pura
alma de samba de bossa nova
de cante de fado e de qualquer trova

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

Nem o mar suportou - Céu Coelho

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Minh' alma de criança se recreia
Quando uma onda se ergue altiva e segura
E veste-se de espuma e formosura
Para acariciar meus pés na areia!

A areia segredou-lhe meus segredos...
Chorei de tanta vergonha e desgosto
Por ver meu semblante no mar exposto,
As minhas desventuras, os meus medos...

Vendo os meus olhos marejados de dor,
A areia se apiedou de mim e ao mar
Mandou apagar este olhar desolador!

Mas nem o mar conseguiu suportar
Tanta solidão e infeliz saudade...
E fugiu quando nele me fui afogar!

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLETÂNEA - IN-FINITA

domingo, 23 de fevereiro de 2025

Conversa - Célia Evaristo

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Há dias em que a vida nos empurra,
ficamos na iminência de cair,
e, de repente, nada nos ampara,
nasce o desejo de fugir.

Confessei às pedras da calçada
toda uma vida amargurada,
que às costas carregava,
já cansada.

Num banco de jardim
acabei por me sentar,
deixei-me estar,
e comigo estive a conversar.

Naquele momento,
ali deixei toda a carga
que antes transportava.
Depois continuei o meu caminho,
à procura do meu ninho.
Tão mais leve estava!

Por vezes é preciso falarmos
com a nossa essência, a nossa alma,
para que o cansaço desapareça
e regressemos à calma.

São palavras trocadas
a cada amanhecer,
experiências partilhadas,
que conquistam a leveza do ser.
Conversas a uma voz
e com as quais
nunca nos sentiremos sós.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLETÂNEA - IN-FINITA

sábado, 22 de fevereiro de 2025

A malha da vida - Edna Soares

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A manhã já vai no meio
sol de junho,
preguiçoso ainda não veio...
Café quente no fogão,
no ar, cheiro de cuscuz e pão.
Rádio mudo na cozinha,
sem de astrólogo previsão.
Banco triste ao pé da mesa,
cansado espera em vão
o ruge-ruge das agulhas:
um tricô, uma meia, uma laçada
uma laçada, um tricô, uma meia:
hábeis mãos passando a linha,
distraídas trançam malhas...

A vida segue em sua lida,
a linha do tempo tem na mão:
ponto a ponto, fio a fio
(meio ponto, dois pontos, uma laçada).
Silenciosa vai tecendo
a malha da minha vida
que, invejosa da manhã,
ligeira, já passou do meio!

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Violentada - Daniel Braga

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Cor de mágoa
Flor do vento
Pássaro alado
Amor-silêncio
Encantamento
Pálida no olhar
Sofrimento
Rosto marcado
Solidão
Palavras mudas
Ensombrado
Dor sentida
Escuridão
Alma de amor
Beleza apagada
Corpo violentado
Desmembramento
Mutilado
Foi mulher
Desaparecida
Cadáver desnudo
Número estatístico
Para sempre esquecida
Não deixaram que fosse vida

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

Gritos - Cátia Castilho Simon

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às vezes só eu
os escuto

não distingo
se são meus,
teus ou
de multidões

vêm de longe,
ressoam
aqui e
estremecem

e quando
a lua
vem beber
água
nossos
gritos
flecham

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLETÂNEA - IN-FINITA

Ecos Lógicos IV - Joaquim Paulo Silva

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Os teus olhos
de luto moram
na alvura da infância
no que resta da Antártida…

EM - DIÁRIO DAS LEMBRANÇAS PERDIDAS - JOAQUIM PAULO SILVA- IN-FINITA

Fado Marana (Olhar horizontes) - Fernando Silva

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Despertar em mim toda a saudade
O desejo de reviver esses momentos
E voltar a brincar pelas ruas da cidade
Pra ouvir os silêncios desses lamentos

À vida prometer eterna lealdade
Trazer felicidade cada esquina
E nossas ruas presentes em liberdade
Guardar luz viva dessa varina

Acreditar que a vida nos comove
Nos momentos lindos sobre areia
Num olhar doce aos céus dizer que chove
Beijar a tua face à lua cheia

Olhar meu horizonte ser feliz
Acarinhar as ruas do teu corpo
Como era lindo aquele petiz
Voltar ao teu colo, esse conforto (bis)

EM - O FADO MORA AQUI - FERNANDO SILVA - IN-FINITA

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Marinha de água azul (excerto) - Clarissa Machado

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é maior
a minha magia
elemental
é maior
a minha energia
enteal.

sem limites
sem fronteiras
gigantesca
um infinito
desconhecido
e misterioso.

blue water

água mais clara
onda mais índigo
três vezes três vezes
ondina
sete vezes sete vezes
aquário.

é minha
maior alquimia
é minha
maior terapia.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

Fora da caixa - Catarine Aurora

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Qual é o preço por ser diferente?
Olhares, sussurros, cochichos
Inevitável desconforto, ativo

Molda-se em caixas
aperta, corta, encaixa
fragmentos espalha

Basta!

Minha imagem clama
Ser cuidada, amada
Não é privilégio, mas direito coletivo

Por isso, de minha essência serei banhada
Sem temer julgamentos, ser crucificada
Habito meu corpo, reconfigurada!

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLETÂNEA - IN-FINITA

A alternativa - Frassino Machado

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Há sorrisos que jamais se definem,
Vagueando sós por um mundo deserto,
Na ânsia de que os medos determinem
Se o silêncio aguenta um lugar certo.

Preparemos as veredas que ensinem
A transitar p’ lo longe e pelo perto,
Em busca de razões qu’ nos iluminem
A vida e o que ela tem de encoberto…

Sabe-se que há mais do que um caminho,
Sabe-se que há temores e há sorrisos,
Mas a ignorância não nos tira o espinho
De nos sentirmos sempre uns indecisos.

P’ lo sim, p’ lo não, e como alternativa
Suavizando a violência da ilusão,
Resistem dentro d’ nós, meio à deriva,
A aura da identidade e da emoção!

EM - CORAÇÕES ANSIOSOS - FRASSINO MACHADO - IN-FINITA

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Caminhadas e sombras - Clara Borges Marques

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Passei por vários mares,
Por imensos caminhos desertos,
Atravessei rios sem terem nome,
Procurei o meu silêncio,
Abracei tormentas desativadas,
Tornei a ver a claridade,
Passado várias margens,
A caminhada foi mais iluminada,
As trevas me encostaram ao abismo,
Caminhei sem desistência,
Me abraçou a luz brilhante da noite,
Eram ruídos,cantares, vivências de saudade,
Músicas lindas nas ruelas,
Fez..se a caminhada,
Sem desistir.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

A lua vai alta - Celso Cordeiro

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A Lua vai alta e tão bela…
… assim vai ela, vista da minha janela.

Carrega sonhos de muitos anos,
carrega angústias e desenganos,
e até confissões de alguns danos
por actos meus talvez insanos…

… mas continua a saber escutar
tantos gritos que teimo em calar,
como teima em me alimentar
esta constante necessidade de amar.

A Lua vai alta e tão bela…
… assim vai ela, vista da minha janela.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

Serei um pássaro - Carmen Lúcia de Queiroz Pires

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Quando eu nascer de novo
Quero ser um lindo pássaro
Como essas ararinhas
Azuis, verdes, carmins...

Vou sentir muitas saudades
Daqueles que tanto amo
Mas, quero viver assim
Voando, voando...

Não sei qual o meu destino
Esse é o que menos importa
Abrirei minhas asas e voarei
Entre nuvens...

Sentirei o vento no meu rosto
O frio no meu corpo colorido
E o meu coração baterá livre
E feliz!

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL - COLETÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Só o mar - Célia Evaristo

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Só o mar sabe
os segredos que guardo,
mergulhados nas suas profundezas.

Só o mar ouve
os meus lamentos,
envoltos em recordações.

Só o mar conhece
as feridas cravadas no meu peito,
cicatrizes que ainda doem
e não irão desaparecer.

Só o mar grita
os meus gritos comigo,
dá força à minha voz.

Só o mar compreende
as minhas lágrimas e anseios
e abraça-me nas suas marés.

Só o mar sabe como eu sou.
Sou onda que o mar,
um dia, levou.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

Menina Anna - Carla Nepomuceno

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Minha menina
nossa menina
valente, forte e destemida
Quando chegaste, os nossos dias encheram-se de alegria
Iluminada és, doce menina Anna
A travessia não foi fácil
choros, angústias,
Não contes nada disso
Conta a tua vida agora, doce menina
Carregada de luz
Forte
Conheço o teu coração
Não pude mais me ter calada
Enxergo esta pele delicada
cheia de fortaleza
Estas mãos fortes que me segura
Doce menina Anna
Não contes nada disso
Conta a tua vida agora, doce menina

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domingo, 16 de fevereiro de 2025

O silêncio - Celeste Pereira

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Gosto de ler no silêncio
Sem peso na alma
Descontraída, entro no livro,
Degusto palavras, provo e sorvo,
Vivencio o odor que exala das páginas

Gosto de dialogar com o silêncio,
Relatar sonhos, ilusões do passado.
E no presente bendizer o bem da vida,
Fazer pazes com os anos,
Perdoar minhas falhas

O silêncio é suavidade e melodia,
No rumor de um ribeiro,
No sereno do vale,
E na força da cascata na serrania

O silêncio da brisa é poesia,
É o reflexo da paz ambicionada,
Fonte que mata a sede à energia
É estar numa página debruçada.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS IX - COLETÂNEA - IN-FINITA

Ecos Lógicos III - Joaquim Paulo Silva

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Aquela que veio
do mar
uma estátua ou
uma coluna de mármore
uma flauta de oiro
por desenterrar.

EM - DIÁRIO DAS LEMBRANÇAS PERDIDAS - JOAQUIM PAULO SILVA- IN-FINITA

Fado Licas (Pétalas dessa flor) - Fernando Silva

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Por entre as persianas desse olhar
Brotam olhares belos e tão sofridos
Que deixam infeliz o meu brilhar
E vão ao encontro dos sentidos

Desci a ladeira dos teus sonhos
Provei água pura dos teus lábios
Sonhei esses momentos tão risonhos
Gravei sentimentos tão sábios

Barco atracado à nossa espera
Dois remos aguardavam docemente
Que nas margens do rio, a primavera
Beijava as folhas soltas, livremente

Navegam lentamente pro futuro
Crescendo nas paixões deste amor
Nasciam flores lindas, amor puro
Por entre as pétalas dessa flor

EM - O FADO MORA AQUI - FERNANDO SILVA - IN-FINITA