Consinto-me inteira na palavra fluida,
na coragem grada de a ter aberta,
de a quer extensa e esdrúxula,
de a enrolar no bulício da língua,
para que ela me ronde o tempo,
e o preveja longo
Preciso-me inteira na palavra ampla,
na onda de a ousar espumada,
de a querer desconcertada,
de a brotar de labareda pelo fundo da boca,
para que ímpar me apanhe o gosto,
e o augure agridoce
Expulso-me nua na palavra contínua,
antes mesmo de a saber placenta,
antes até de a fazer nascer,
porque sempre a quero de água,
porque a desejo no coito corrente,
espraiada,
despida,
sexuada,
porque é assim que eu acho e sinto,
que a vida deve ser
EM - SEMPRE PLANTO OÁSIS NAS PALAVRAS - SUSANA NUNES - IN-FINITA
Sem comentários:
Enviar um comentário