LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO PELA AUTORA
Se eu escrevesse um poema
havia de fazê-lo sobre a areia
para que viesse o mar, ou a chuva
exaurir o sentido das palavras.
Houve, na minha infância,
um mar antiquíssimo com barcas
acendidas no meio da noite.
Um vínculo sagrado ou de sangue
me liga à memória das ondas.
Da harpa da lembrança tangem as cordas
mais sensíveis na demanda de veleiros
brancos para incendiar novembro.
Nem sei por que comecei a usar,
quase em sobressalto, uma gravata preta.
EM - FUI QUASE TODAS AS MULHERES DE MODIGLIANI - GRAÇA PIRES - POÉTICA EDIÇÕES
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