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Era um primeiro de agosto cinzento e frio,
Minha alma mergulhou no desalento,
A notícia dilacera o meu impotente ser,
Meu menininho dourado, novamente doente.
Sinto a carne atravessada por um punhal,
Cada lágrima que cai é um rio de desespero,
Como dar força ao outro, quando me sinto tão fraca,
E minha esperança se esvai?
Apenas três aninhos, um anjo tão pequenino.
Alojado em sua cabeça, um cruel adversário,
O maldito câncer retorna sem piedade ou perdão,
Minha esperança outrora brilhante, hoje, dilacerada,
Como aguentar o desespero que invade todo meu ser,
Minh’alma, meu corpo e meu coração?
Meu menininho dourado, após cinco cirurgias,
Começou a andar, interagir com outras crianças,
Balbuciar suas primeiras palavras...
Parecia um conto de fadas e o início de um sonho.
Mas, o destino cruel me atinge sem clemência,
E me arremessa num abismo de tormentas.
Só sei do meu amor intenso e infinito,
E mesmo nos dias mais escuros e insanos,
Estarei com ele, até o último adeus.
Nos abraçaremos e seremos invencíveis,
Ele viverá em mim, mesmo sabendo que nesse dia,
Também, se inscreverá o meu fim.
EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS VIII - COLECTÂNEA - IN-FINITA