sábado, 31 de outubro de 2020

Âmago - FILIPA CARNEIRO

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Desvanecer na consciência do físico que teima em ficar
Unificar emoções perdidas na bruma do pensamento
Consciencializar o eu que se perde no finito humanizado
Ficar com o âmago que personaliza e individualiza
Palavrificar o sentir de si que se virtualiza
Amaguificar a essência que se imortaliza

EM - INDELÉVEL - FILIPA CARNEIRO - IN-FINITA

Vou-te eternizar - MARIA LEONOR COSTA (NONÔ)

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Vou-te eternizar
Através da minha escrita
Registando as tuas palavras
De uma forma bonita.

Tudo aquilo que perto de mim
Ousares dizer
Num caderno irei anotar
Para depois escrever.

Podem ser palavras soltas
Ou apenas ideias singelas
Os pensamentos mais tristes
Ou as tiradas mais belas.

Tudo aquilo que este meu olhar de artista
Conseguires inspirar
Passará da oralidade à escrita
E assim vou-te eternizar.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS V - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Novo caminhar... - ROSA SILVA

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Novas rosas, rosas novas...
Sempre a encantarem com suas belezas!
Sempre a atraírem com suas levezas!

Contemplá-las a cada segundo do desabrochar
Um dia após o outro, as transformações
Surgem sem pressa, as revelações.

Ontem, era um pequeno botão
Hoje, as pétalas apontam sem receios
Amanhã, o perfume exala em devaneios.

Os seres em geral, encantam e atraem
As rosas atraem e encantam
Com toques, se aproximam.

Dessa forma, surgem inúmeras dúvidas
As rosas são estáticas e parecem sorrir
Os seres são enérgicos e parecem fugir.
Cabe observar as rosas e os seres unicamente
A fim de desvendar os seus segredos
E seguir, sem rumo, destinos ledos.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

No bloco de notas, nas páginas da vida - FREDERICO DANTAS VIEIRA

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Página em branco me recebe
esse bloco de notas frias.
Frio é esse instante que precede
distâncias, das horas agora vazias.

E um poema se fez presente,
hei de rimar sem rumo.
Gatuno do tempo, hoje tão onisciente
vou eu mais longe, mais fundo.

Nesse eu lírico desconhecido
faço companhia à lua em alianças cerceadas.
Noite de silêncio esquecido
interpolam embevecidas minhas lembranças
fatigadas.

Um dia se esvai.
Os minutos maculados pedem abrigo.
E eu sou esse corpo que cai
no recanto mais íntimo e profundo dos instantes
que levo comigo.

Página em branco de uma sutil escrita.
Aquecidas notas do bloco companheiro,
sob o signo da lua vem sorrateiro
rimando desejos e sonhos desse agora em vida.

EM - PALAVRAS NÔMADES - FREDERICO DANTAS VIEIRA - IN-FINITA

Cantiga ao luar - MARIA JOSÉ GONÇALVES MILLARD

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O mar lírico ergue sua lâmina prateada aos céus.
Beijando a lua, estonteante, grávida.
Esta geme... Lânguida!
Vibra... Acalma...
Devolve ao cônjuge uma serenata reluzente.
Pois Tu?!
Quem sois a rondar-me?
Tanto permeias
Aglutinando meu ser!
Oh! Saudade atroz!
Da voz a ira.
Do lápis a dor...
O choro da lira...
O pincel... A cor!
Oh! Doce Musa!
Canta comigo esse poema
Sob os acordes de uma pincelada.
Que tanto chamo
Saudade...!

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS V - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Confissão - ROSA MORENA

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Não alcanço as cores do horizonte
Há um mapa que não indica o rumo
Situo o espaço no distante de mim
Estou impedida de ventos e voos
Em nitidez enxergo o que não pretendo
Teço rimas pobres em textura de pele
Mantenho conexões com pretéritos e fragmentos
A madrugada se arrasta e a manhã é distância.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Diversidades - MARLI DIAS RIBEIRO

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Num Brasil de gente tão diversa
É preciso mais que voz
É preciso valor, amor, fazer DEMOCRACIA
Que seja desse jeito, com respeito
Se por acaso a amargura ou ódio passarem
e levarem de você o que tem de bom no peito
Sinta se gente
Igual ao outro
O mundo se modifica pela sua ação e exemplo.
Opinião sem movimento é poeira ao vento.
Se esforce, e simplesmente RESPEITE.
Voe, leve, livre!

EM - PARDAS POESIAS: SOBRE SER, FAZER E SENTIR - MARLI DIAS RIBEIRO - IN-FINITA

Será meu fim - MARIA JOÃO ABREU

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Os deuses pronunciaram teu nome ao amanhecer,
o peixe mencionou-o debaixo d’água,
o fogo murmurou-o numa palavra,
que levado pelo vento
foi tatuado em minha pele para sempre.

Teu nome soou com os sinos matutinos,
na agitação do tambor de uma batalha,
foi impregnado em meus dedos como espuma,
misturado no ar com a chuva,
eternamente em minha memória.

Repito teu nome todos os dias,
como mantra que abre a manhã,
és alegria nos momentos mais tristes,
és música em tempos de paz,
és minha vida à beira da morte,
vida de amor que será meu fim no alcance da felicidade!

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS V - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Se eu soubesse - ANA LANDEIRO

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Aí! Se eu soubesse cantar
cantava canções de embalar
cheirava com sofreguidão
as pérolas do mar

Aí! Se eu soubesse plantar
plantava histórias por escrever
dava-lhes o brilho das estrelas
para que sempre pudessem clamar

Aí! Se eu soubesse calar
calava os corpos desencantados
soprava vento para os cabelos
de todos que querem chorar

Aí! Se eu soubesse ignorar
ignorava as bocas maldosas
sufocava a ignorância
daqueles que não sabem confortar

EM - PEDAÇOS DE MIM - ANA LANDEIRO - IN-FINITA

Minha narrativa - ROSA ACASSIA LUIZARI

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Minha narrativa é desalinhada,
Sei que estão de sobreaviso,
Não me incomodo com o parco,
Vale mais o meu sorriso.
Se escrevo pouco, sentem falta,
Se escrevo muito, exaustão,
Tenham argumento seguro,
Quero um sim exatidão.
Me divirto com essa história
De uma prosa desconstruída,
São páginas desalinhadas
De uma história bem vivida.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Seca - ARLINDO ANDRADE

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Uns morrem de fome,
outros imigraram para longe,
uns e outros, como ninguém
experimentamos
este sentimento nostálgico
chamado saudade
que nos ficou marcado
no coração e na alma.
Terra seca
vida, mais não tem!
Resta-lhe apenas a resiliência
de quem nela habita,
sofre e, lentamente, se esvai...
Seca indesejada,
daninha e desgraçada,
bate à porta
sem ser chamada,
insensível à dor,
compraz-se em provocar
aflição e tormento,
deixando amargura e pranto.

EM - FIRME E HIRTO COMO O POILÃO - ARLINDO ANDRADE - IN-FINITA

Das leis da salvação - MARIA ESTRELA DO MAR

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Salvam-se aqueles que ao mundo ofereceram nada
Salvam-se os peitos que secos horrorizaram os adversários
Salvam-se as meretrizes que já estavam desamparadas
Salvam-se os embriagados que de tanto beber se alhearam
Salvam-se os hipócritas que dizem nunca estar incomodados
Salvam-se os hóspedes que nunca foram donos de nada
Salvam-se os queixumes que foram escudo para declinar
batalhas
Salvam-se os que dizem que nenhuns inimigos angariaram

Bem-aventurados os vazios...

Salvam-se os iníquos que aos generosos arrancaram a carne
Salvam-se os imorais que fazem as mentiras parecerem
verdades
Salvam-se as famílias podres que ulceraram acobardadas
Salvam-se os ilusionistas que ensaiaram a surpresa
apetecível

Salvam-se os mortos que na morte alcançaram a virtude.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS V - COLECTÂNEA - IN-FINITA

A pisa - TITA TAVARES

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O vinho bebido por copos de vidro grosso,
Ajudava a engolir as ainda mais grossas gotas de suor
Escorridas rosto abaixo,
Ao longo de um cálido dia de jeira.

E por entre a verborreia enxameada de dislates
Pairavam, naquele pisar e repisar de palavras,
Misturadas com o cheiro do mosto,
Os fluidos etéreos da pisa das uvas e do engaço.

Bebiam para afogar as mágoas,
Adormecendo a dor em copos e copos
Derramados pelas goelas
Até aos mares vermelhos
Que iam crescendo nas entranhas,
Minadas por metástases de sonhos remotos
Que a vida, a cada passo,
Se encarregava de cortar em abruptos socalcos.

E numa simbiose de causas e efeitos,
Daqueles rostos precocemente gastos
Pela rudeza da vida e da labuta,
As rugas quase se apagavam por instantes.

E a miséria arrancada ao peito transformava-se,
Como por magia,
Em orgias e lautos banquetes.

Tudo era perfeito entre a realidade
E a bizarria das conversas
Emergidas de uma nebulosa amálgama
De saberes feitos de experiências, risos e paixões.

E com paixão cada um cantava a (in)felicidade que aprendera
E ciosamente inventara,
Lançando-a em torrentes de vidas naufragadas
Em mares encapelados de ilusões.

Dedicado aos homens da minha terra,
que fazem parte do meu imaginário de infância,
num quadro de trabalho, paixão e sofrimento.

EM - O AMOR NÃO TEM SUJEITO - TITA TAVARES - IN-FINITA

À flor da pele - RITA QUEIROZ

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Grãos de areia traçam corredeiras
Nas paredes frias prenhes de sonhos e águas.
Chovem sonhos no cirandar dos ponteiros:
Meus olhos choram versos
Enquanto a saudade desliza pela face.
Caligrafo as memórias no espelho,
Parindo destinos vãos
No emudecer da noite.
O relógio futuro para:
Os ventos ficam presos no fio da navalha.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

terça-feira, 27 de outubro de 2020

És tu - MARIA ESMERIZ-THOMAS

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Aqui onde sempre estás
num discreto recanto
dos meus versos
que também são teus
o teu olhar velado
é o descer da tarde calma
pela montanha agreste
lá ao fundo muito ao fundo
és o rio transformado em ouro
a alongar-se langoroso
dentro das suas margens
dentro da sua conformidade
e ao fundo muito lá ao fundo
és o sol a esvair-se em sangue

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS V - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Nostalgia - PATRÍCIA CACAU

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Um café
Uma água
Um conhaque
REPITA, POR FAVOR
Um café
Uma água
Um conhaque
Uma porção de letras
Uma prosa boa
Vamos costurar os momentos
O tempo, o grande curador
O que não se entende nos momentos de dor.
Passa um vento,
Lembro de um pensamento que a memória não apagou.
Era amor que o tempo suportou.
Ligações de pessoas que seguem ao longo da existência,
sem ter marcado o destino clandestino.
Como tudo transbordou.
O café quente
A água fria
A boca ardente com sabor de licor.

EM - QUINTAIS - PATRÍCIA CACAU - IN-FINITA

Armistício - RITA LAGES

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Será isso,
A calmaria da idade?
Que eis chegados os dias em que o amor pára de guerrear?
Em que hasteia bandeira branca,
joga a toalha,
depõe suas armas?
O que direi para ele, o amor?
Haverá uma negociação?
Quem deterá os títulos, medalhas e honrarias?
Reduziremo-nos, os dois, a uma caixa de guardados,
reservada para típicas horas de nostalgia, durante as quais se
pronunciará o clássico “Combateu o bom combate!”?
Será isso?

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Venceste o último jogo - FRASSINO MACHADO

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Brioso Miki, brioso,
O nosso cantar é fogo
Connosco e o Glorioso
Venceste o último jogo.

Da tua pátria magiar
A esta terra saudoso
Foste um atleta exemplar
Brioso Miki, brioso.

Gostamos de ver-te jogar
No relvado com denodo
Co ´a alma de par em par
O nosso cantar é fogo.

Pelo teu ‘stilo elegante
Lograste ficar famoso
Neste jogo triunfante
Connosco e o Glorioso.

Todo mundo co’ emoção
Correspondeu ao teu rogo
Co´ alma e o coração
Venceste o último jogo!

EM - A MUSA DOS ESTÁDIOS - FRASSINO MACHADO - IN-FINITA

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Feminilidade - FILIPA CARNEIRO

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Vale a pena ser mulher
Na sensibilidade da alma
Na emotividade calma
Na serenidade de sofrer

Etérea sensualidade
Em abraço desnudado
Do regresso saudado
Feminina Autenticidade

Robusta fragilidade
De potencial sedutor
Em galanteio amador
De forte feminilidade

No deslumbro feminino
De olhar penetrante
No masculino desarmante
Do domínio leonino

EM - INDELÉVEL - FILIPA CARNEIRO - IN-FINITA

Encontro - MARIA ELIZABETE NASCIMENTO DE OLIVEIRA

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A poesia,
não tem hora certa.
É vulgar, faz-se oferta.

Talvez,
em flor, a poesia,
veste-se de arco-íris e vadiagens.

Na quebra
do silêncio branco, a poesia,
sofre arritmia cardíaca.

Dá-se o encontro: frenesi e êxtase.
Mortes!
E, a poesia ali, cor carmim.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS V - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Redenção - RITA DELAMARI

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Uma mulher que resiste,
e insiste em viver...
Maria, que em sua sina,
serviu-se de força,
trabalhou a autoestima.
Acolheu tantas outras...
Deu-lhes guarida,
para seu fortalecer.
Guerreira revestida do bem!
Seguiu sempre em frente,
desviando os espinhos.
Direcionou-as, as Marias
ao exato caminho,
o qual deveriam seguir.
Ela foi ainda mais além:
Mostrou-lhes que eram belas.
Ensinou-lhes que as
culpadas não eram elas!
Compadecendo-se,
então, da dor delas,
esqueceu seu penar.
Ao ultrapassar o medo
que sentira de seu algoz,
a elas, deu-lhes voz.
O amor foi a sua cura
e a sua redenção!

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

domingo, 25 de outubro de 2020

O quarto - FREDERICO DANTAS VIEIRA

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Vazio.
Desejo, quarto achatado
tarde em plexo solar de um outono vadio.
Vazio no tempo de lugar fixado.

Arredio.
É esse teimar de saudade
que incide no pensamento em calafrio
da alma sedenta que arde.

É tarde.
Não volto nem sigo adiante
e enquanto, no silêncio, a mente faz alarde
a realidade divaga dentro do meu instante.

Perdido.
Na espera das horas sem lugar
meu corpo em desabrigo segue sem sentido
no vazio arredio que tarde vem me visitar.

EM - PALAVRAS NÔMADES - FREDERICO DANTAS VIEIRA - IN-FINITA

Nos meus braços - MARIA DOS SANTOS

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Nos meus braços habita
um nó
que não desato
e prendo a raiva
e solto a emoção
bem apertadinha
e contradigo-me

Porque
nos meus braços
eu guardo a sete chaves
um lenço
bordado por minhas mãos
e presa por uma fita
de cetim
e, contradigo-me
nas gotas de nostalgia

Porque habita um nó nos meus braços
e não o sei desfazer.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS V - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Sororidade - RITA BRÍGIDO

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Sóror... irmã... caíste da escada?
Como assim??? Não tenhas medo!
Não guardes segredo! Conta para mim!

Sóror... irmã... não estás sozinha!
Se um homem pode ser irmão
de outro homem... tua mão
pode segurar a minha!!!

Sóror... irmã... precisas fazer um exame...
de corpo de delito. Não! Não é vexame!!!
Não há delito em exigir RESPEITO!!!
Não há delito em bater no peito,
clamando por DIGNIDADE!!!
Não há delito em acusar
pela voz da VERDADE!!!

O delito é dele, não teu!!!
A vergonha deveria ser toda dele (não tua!) ...
em ferida aberta... na carne crua...
e, como eterno alerta, a profunda cicatriz!
Não! Não há delito em LUTAR para ser FELIZ!!!

VEM! E que tua nova vida, também, venha!!!
Vamos RECOMEÇAR! Colocar lenha
na fogueira ardente dos nossos temores.
Vamos fazer ciranda de sonhos e de amores,
sob a sóror lua, irmã das estrelas.

Solidão é forca! ALIANÇA é FORÇA!!!
Vamos dançar com todas as nossas irmãs,
compartilhando lágrimas... risos...abraços!!!
Corrente de RESISTÊNCIA... REDE DE LAÇOS!!!

Vamos fazer MANDALA
com nossos versos artesãos
de LUTA, BELEZA e HARMONIA!
Somos POESIA!!!
POESIA de almas cirandeiras
no círculo de nossas energias múltiplas e unas!
Autênticas companheiras,
compreendendo nossas lacunas,
respeitando nossas diferenças,
aprendendo a cooperar!!! AMAR!!!
Rompendo paradigmas! Destruindo opressões!!!
Minha irmã... minhas irmãs, unamos os corações!!!

Sóror... sorri, irmã! Existe o AMANHÃ!!!
Ele nasce do hoje... desta corrente infinda!
Sempre ouviste: ‘A fraternidade é bela!’
Vem descobrir: A SORORIDADE é lindaaaaa!!!

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sábado, 24 de outubro de 2020

Educador professor - MARLI DIAS RIBEIRO

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Professora e professores seres
Educadores a ser, seres que são
Em cada estudante parte da construção
Jornada e gratidão
          Leveza em transcender conhecimentos,
bondade e esperança, sonhos...
Talvez sejam lembrados todos os dias.
Por isso, o desafio e a tarefa, prevalecerão na vida,
Será materialidade no gesto, e               seremos mais
que fugaz lembrança.
Ser educador é poder de fazer a diferença na vida
do aluno
Viver e fazer-se coragem e esperança, espera
que não se cansa de acreditar e de ser educador
com rebeldia de quem acredita na capacidade de
caminhar rumo ao melhor que outro pode oferecer.

EM - PARDAS POESIAS: SOBRE SER, FAZER E SENTIR - MARLI DIAS RIBEIRO - IN-FINITA

Rugas - MARIA CABANA

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Que tempo viúvo e negro,
Sobre o cetim da pele ondulada.
Que tempo viúvo e cego,
Por já não querer ver nada.
Tempo triste e tão só,
Tempo só, tão repartido.
Tempo, que agora sente um nó.
Tempo que não se fez perdido.
Cai o silêncio no corpo,
Cai o corpo sob o lenço.
Cai o tempo nesse corpo,
De um tempo que se faz extenso.
Finas rugas entrelaçadas,
Coabitam em sentires perfeitos,
Rugas tão delicadamente delineadas.
Rugas elas sem sombra de defeitos.
São dias e dias de solidão,
São dias e dias de afazeres,
São dias com a vida em união,
São dias e dias em busca de prazeres.
São dias de verbo amar,
Nos dias de verbo ser,
Há sempre os dias de verbo dar.
Todos eles são verbo envelhecer!

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS V - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Quem sou eu - ANA LANDEIRO

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Quem sou eu que não me revejo nas minhas mãos.
Preciso sentir o meu cabelo, apalpar os meus lábios,
encontrar os meus olhos.
Ando perdida.
Não sei se viva.
Estou nua e sem rosto.
Decerto que perdi as minhas vestes.
Restam-me as formas vividas.
Os pensamentos ausentaram-se. Não sei se sonho.
Tudo parece um devaneio.
É trágica esta sensação de me ter perdido.
Parte do meu corpo vive sem a minha permissão.
Procuro o meu rosto, não sei viver sem ele.
Talvez mais logo me encontre

EM - PEDAÇOS DE MIM - ANA LANDEIRO - IN-FINITA

 

Ser poeta - RITA ALMEIDA

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Ser poeta
É ser diferente
É alcançar-se uma meta
E ser-se recebido por muita gente.
Ser poeta
É na verdade
Ser-se alguém
E ter liberdade
Para não se ser ninguém;
Mas pensando bem
Ser poeta é enfim
Gostar-se de alguém
Com amor sem fim.
Um poeta
É uma imaginação
É não viver na realidade
É viver num mundo de ilusão
É ter saudade
De alguém que não existe;
Ser poeta é simplesmente
Ter sonhos na mente.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Primavera - ARLINDO ANDRADE

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Na primavera
contemplo as árvores
que renascem
em rebentos, flores e cores,
reminiscência do paraíso!
E no que toca à vida humana,
é a natureza, nossa amiga,
a ensinar-nos,
de forma tão clara, simples e nítida!
Se não morrermos,
não acontece nem transformação,
nem crescimento.
Quando morremos,
ressurgimos para uma nova vida!
Irradiamos mais brilho no mundo
contagiando outros,
inspiramos,
qual “sal da terra” que dá sabor.
Quando morremos,
- como na mãe natureza -
a vida renasce,
continuamos a viver
e a ser
como o sol e as estrelas
fulgor do Universo!

EM - FIRME E HIRTO COMO O POILÃO - ARLINDO ANDRADE - IN-FINITA

Amanheci ao acordar - MARIA ANTONIETA OLIVEIRA

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Hoje, amanheci ao acordar da manhã
Era cedo
Ainda as luzes se acendiam
E o sol estava adormecido
Os pássaros da minha rua
Amanheceram comigo
E cantando, encantaram o meu dia
Num chilreio encadeado
Pousando aqui e ali
Esvoaçavam entre chilreios melodiosos
Era madrugada
E eu, acordada.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS V - COLECTÂNEA - IN-FINITA

A Humana Condição - TITA TAVARES

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Esta nobre condição
De ao humano pertencer,
Não pode transtornar a razão
Que se depara, sem querer,
Na fragilidade do ser.

E ser é mais do que estar
E muito mais do que o ter.
Daí o ego embater,
Desde o nascer ao morrer
Nas barreiras que a nobreza
Impõe a quem quer sair
Do estado de pobreza.

Não me refiro à pobreza,
Aquela que não tem pão,
Vestuário ou riqueza,
Poderio e posição...

Mas ao valor dos valores
Carácter e educação
Que fazem do ser humano,
Sem margem de erro ou engano,
Seres maiores.
Superiores!

EM - O AMOR NÃO TEM SUJEITO - TITA TAVARES - IN-FINITA

Mamífera - RENATA PENZANI

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A baleia azul
apesar de ser o imenso maior animal da Terra
tem tempos muito parecidos com os seus - e os nossos, apesar
de sermos quase sempre
atrasados em tudo
seu tamanho monstruoso cria ilusões para disfarçar
semelhanças muito humanas
– e por isso de uma pequenice comovente –
a gestação de uma baleia dura em média 11 meses
o que é surpreendentemente suficiente
para criar bebês
que já nascem com seis metros de comprimento
o útero de uma baleia é
um modo de espera
sempre à frente das expectativas
de colocar no mundo
algo misterioso
grande, mas frágil
indecifrável
como ser do tamanho de três ônibus
um na frente do outro
e ainda assim
precisar mamar
por sete meses inteiros

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Cartas para saudade - PATRÍCIA CACAU

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Não me tire Deus
o gosto de partir,
muito menos o desejo de ficar.
Que eu nunca parta sem vontade de voltar,
nunca volte sem querer ficar.
Não olhe para trás querendo regressar.
Porque o ontem não volta,
O hoje se renova no amanhã quando acordar.
Cada minuto é uma partida do momento que passou.
Voltando para o mesmo lugar onde tudo começou,
posso refazer o caminho mas nunca viver
da mesma forma que terminou.
Saudade mata a gente e a gente mata a saudade,
se existir a vontade de continuar dentro da gente,
toda gente que a gente encontrou.
em todos os caminhos que a gente caminhou.
Saudade é companheira que passa a vida inteira
na mente e no coração de quem se lembrou.
Se sentir que se está sozinho sabe que em algum lugar
existe alguém que lembra que você passou.
Deixando também saudade, lembrando os momentos
que compartilhou.
A partida nos faz ausente
e a chegada nos faz contente.
A saudade bate, mas não mata a gente.

EM - QUINTAIS - PATRÍCIA CACAU - IN-FINITA

Memória - MARIA ANTONIETA GONZAGA TEIXEIRA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Conexões sinápticas entre neurônios
Fantástica memória humana.
Capacidade de gigante
Preserva o passado e planifica o futuro.
Traz de volta preciosidades.
Eterniza momentos.
Constrói histórias.
Mostra caminhos.
Na engrenagem da vida:
Muda rumos... Vence desafios...
Cria novas oportunidades.
A memória é avessa ao tempo
Que segue a vida como o vento.
Tempo que determina momentos
Brisa que altera rotas.
Os anos passam...
E quando se percebe
Os cofres secretos: Da existência...
Da essência… Da vida...
Estão repletos daquilo que se guardou:
Do grito de alegria, das marcas que ficaram
Das emoções sentidas...
Do que deixou saudades
Do que sobreviveu.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS V - COLECTÂNEA - IN-FINITA

A batalha de Nuremberga - FRASSINO MACHADO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Como foi espantosa e louca esta batalha
Que duas selecções travaram bravamente
Procurando acertar o jeito de ir em frente
Evitando, p’ ra isso, toda e qualquer falha...

Ai, aquele gramado inconsistente e rude
Ai, aqueles atletas sonhadores e fortes,
Ai, a mágica bola pronta a tirar sortes
E a desvairada multidão de vã saúde...

O suor a jorrar correu em cada rosto
E o estro milagroso apenas descomposto
Pela justiça trágica dos vis cartões...

Holanda-Portugal traçou-nos a vitória,
No combate nefasto que já fez história
E a lusa alma preparou contra os Bretões!

EM - A MUSA DOS ESTÁDIOS - FRASSINO MACHADO - IN-FINITA

Eutiqueta - RENATA MAURÍCIO SAMPAIO

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no corpo
os anexos do mundo
artigo industrial
coisa etiquetada
pura ostentação
tinta colorida dribla a sangria dos gris
fio russo em correção do nariz
ração humana e sucos detox
ácido hialurônico e botox
puro blefe
cápsulas de colágeno hidrolizado
termogênico ativado
fios de ouro sustentam a cútis facial
produtos prorrogam a flacidez corporal
pura ilusão
nu corpo
cá dentro
o coração em lamento
demasiado humano
coisamente drummondiano
coisadamente arredio
bate vazio

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Evolução - VIEIRINHA VIEIRA

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO PELA EDITORA

Envia-me todos os dons que mereço
Padeço
Mas também mereço
Apreço!
Envia-me todos os teus sorrisos
Agradeço
Mas também padeço
Tiras-me o juízo!
Não envies mais nada
Vem e juntos vão
Descobrir
Os sentidos que ambos têm.

EM - SENTIDOS DESPERTOS - COLECTÂNEA - EDIÇÕES VIEIRA DA SILVA

Reencontro - MARGARIDA PILOTO GARCIA

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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É neste reencontro envergonhado
que o meu corpo cabe e escuta
e me transmuto e reinvento.
É nesta febre que me firo
a saliva engasgada a pulsar
a saudade presa nos dentes.
À superfície da pele
a paixão não naufraga
enquanto a onda de desejo
se quebrar furiosa em mim.
O que em mim renasce
é do fogo que semeias
flor e fruto proibido.
Mergulho fundo neste reencontro
numa apneia escura que me tolhe.
São tão impronunciáveis
as palavras que calamos
que o medo súbito desagua
e fere o que resta de nós.
Abandonada nos braços da maresia
cinjo as algas num silêncio aflito
e dou-me aos cardumes
que me mordem a pele.
Sigo uma rota áspera
e sou nómada de afetos.
Neste reencontro e no avesso de tudo
ainda brinco com o teu olhar.
Afinal, é de ti que vou ter mais saudades.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS V - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Telúrico - FILIPA CARNEIRO

LIVRO GENTILMENTE CEDIDO POR IN-FINITA
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Enternecido rir da alma
De timidez extasiado
Pela alegria inebriado
Doce paixão calma

Respiro o sorriso do olhar
Na puritana essência
Da cúmplice envolvência
Em sensual ondular

Pensamento sorridente
Desvanecendo o sentir
No indelével coexistir
Da jovialidade excedente

Exponencia-se o jovial
Em prazer telúrico
Do riso eufórico
Em simpatia surreal

EM - INDELÉVEL - FILIPA CARNEIRO - IN-FINITA

Sina - RENATA FRADE

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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Cometo
textos
parágrafos
capítulos
versos
frases
sílabas
hiatos
rimas
diálogos
títulos
a me con(vencer)
da heresia
coragem
solidão
covardia
de existir ao escrever

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terça-feira, 20 de outubro de 2020

Capitães e Marinheiros - MARCUS HEMERLY

LIVRO GENTILMENTE OFERECIDO POR IN-FINITA
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A imagem do horizonte ao fundo da luneta,
Memória ou projeção? Saudade que lanceta,
À deriva, à caça de monstros marinhos,
Visitando portos em busca de novos ninhos.

Ao singrar da bujarrona, no mirar dos astrolábios,
Volta à mente do marujo, o sabor daqueles lábios,
As aventuras, lembranças de antigos amores,
Reminiscência hostil, exsurge em velhas dores.

Saudosista, no debruçar sobre as memórias,
Relembra o passado marítimo, seu decurso,
Real ou imaginário, fonte de densas histórias,
Odisseias insólitas de um Capitão de Longo Curso.

Ilhéus, naufrágios, do oceano dedicado exegeta,
De marinheiro a comandante, por mais uma só vez,
Olhar de menino como puro e ingênuo esteta,
Aguardando nova vereda pelo belo mar português.

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS V - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Um astronauta sonhador - FREDERICO DANTAS VIEIRA

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Sou eu no mar infinito de estrelas cadentes,
nesse vasto universo de emoções, onde o afeto
grita,
o coração aperta e a mente transborda.

O astronauta que flutua nos inconstantes
segundos da existência e contempla distante
o que agora já não pode tocar.
De olhar esperançoso ao nascer de um dia e corpo
cansado pelas horas no encontro com a noite.

EM - PALAVRAS NÔMADES - FREDERICO DANTAS VIEIRA - IN-FINITA

Branco - RAQUEL LOPES

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Retirada do mundo
Nos sonhos poéticos
Das Estrelares visões
Que saem a circular
Pelo vento sem destino
Sem missão a ser cumprido
No dia a dia
Tudo é tranquilo
A lua está fora do sistema
não encaixa na arritmia cotidiana
Passo a passo
Repasso
Passadas largas para fora
A ver o branco no papel
Do meu plano
silenciado foi o branco
Pelo som do universo.
Ouço uma música tocada ao piano.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Subitânea chegada - MÁRCIO SILVA

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Subitânea chegada a tua
À minha vida tão singela
Brotando toda a volúpia
Como tintas na aquarela

Com o teu veemente fulgor
Minha alma fizeste renascer
Refulgindo meu mundo de cor
Adornando todo o meu ser

Com a tua etérea essência
Meu ébrio coração despertou
Do estado de sobrevivência
Com esplendor que lhe adentrou

Jorrando toda a tua magia
A minha vida iluminaste
Deambulo em eterna utopia
Desde o dia em que chegaste

EM - CONEXÕES ATLÂNTICAS V - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Gestar - MARLI DIAS RIBEIRO

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Quem tem coragem e amor pela educação
faz acontecer.
Inspira, lidera e humildemente prospera
Acredita que gerir é gestar possibilidades.
Gravidez cuidada
Alimentada com muitos e muitos livros
Nutrida pelo diálogo
Adubada na realidade de uma democracia moldada
pela participação
Gestar esperança para que vida nova reconstrua
nossas escolas.
AÇÕES QUE VALEM mais que bolsa de valores

Modo de pensar
Modo de criar soluções
Talvez resultados
Não aponte culpados.
Esqueça as razões de se queixar, explicar e justificar.
Tenha zelo
Seja ético
Seja incentivador
Nutra apenas o bem
Consuma apenas amor.

EM - PARDAS POESIAS: SOBRE SER, FAZER E SENTIR - MARLI DIAS RIBEIRO - IN-FINITA

O pé no meio-fio - PAULA VALÉRIA ANDRADE

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A vida,
Deixa
Feridas,
Dores escondidas,
Pedras esquecidas.
Falhas perdidas.
Cicatrizes,
De caminhos
Percorridos,
Sem ensaios,
Ou atalhos.
Alguns becos,
Sem saídas.
Esquinas mordidas,
Ou bifurcações Inusitadas,
Ou desmedidas.
Trilha continua,
Ou quebrada,
De quem põe,
O pé na estrada.
E se arrisca,
No meio fio
Da calçada.
Equilibrista do vazio,
Visão alada.

EM - MULHERIO DAS LETRAS PORTUGAL (POESIA) - COLECTÂNEA - IN-FINITA

Vou fingir quem sou - ANA LANDEIRO

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Vou fingir quem sou
Presa ao meu sentir
Louca por emergir
No coração de quem me amou

Vou fingir quem sou
Rica de emoção
À procura da bonança
No seio do turbilhão

Vou fingir quem sou
Na ausência da dor
Consciente do devir
Brotando como uma flor

Vou fingir quem sou
Aquela que sabe da tristeza
Que perseguiu a doçura
No meio da amargura

EM - PEDAÇOS DE MIM - ANA LANDEIRO - IN-FINITA